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Doenças neurológicas e Covid-19

Desde o início da pandemia pelo coronavirus, nós da PAPEC estamos alertando sobre a necessidade de incluir a Epilepsia no grupo de risco para a gravidade da doença. Fizemos diversos post nas redes sociais, nos manifestamos para entidades voltadas para politicas públicas e doenças raras explicitando nossa preocupação com as pessoas com doenças neurológicas, especialmente a epilepsia. Em praticamente todos os documentos informativos sobre Covid-19, mesmo aqueles escritos com a participação de neurologistas, a epilepsia tem sido negligenciada! Abaixo segue o texto que divulgamos para diversas entidades com o objetivo de manifestar nossa preocupação:

" PREZADOS Sabemos que o conhecimento sobre a Covid-19 está sendo construído diariamente, fruto do trabalho colaborativo e coletivo que nos é muito valioso. Nesse sentido, ressaltamos que as condições neurológicas crônicas e/ou refratárias têm sido bastante ignoradas nas orientações elaboradas para Covid-19 no Brasil, inclusive em documentos oficiais, lembrando que muitas dessas condições são doenças raras! As condições neurológicas e seu tratamento afetam a suscetibilidade ao COVID-19 de várias maneiras diferentes” segundo afirma a Association of British Neurologists. Nestas condições neurológicas se incluem inúmeras patologias (tais como, esclerose múltipla, Parkinson, Alzheimer, doença muscular, neuropatias periféricas, miastenias, ataxias, epilepsias complexas/refratárias, entre outras). Consideramos que tais condições neurológicas precisam ser abordadas diante da pandemia uma vez que, por exemplo, nas epilepsias, boa parte dos anticonvulsivantes afetam ou são afetados pelas medicações usadas para tratar a Covid-19, há risco significativo de perda do controle das crises epilépticas diante de estímulos como a febre, a presença ou ativação de crises coloca o paciente em situação de extrema vulnerabilidade até mesmo para relatar/perceber o agravamento dos sintomas da covid-19, há síndromes epilépticas que envolvem questões metabólicas e/ou imunes, só para citar algumas situações com potencial risco de complicações. Além disso muitas pessoas com quadros neurológicos temem que a simples identificação de condições neurológicas pré-existentes poderia ser percebida pelas equipes de saúde como um complicador que reduziria sua prioridade caso o tratamento hospitalar fosse necessário. Temos um compromisso dar visibilidade a essas pessoas e gostaríamos de contar com todo o apoio possível nessa importante demanda. Gratas pela atenção! Equipe PAPEC" Salientamos ainda que é de conhecimento geral que pessoas com alguns tipos de epilepsia tem risco aumentado de broncoaspiração que pode gerar complicações respiratórias graves e pneumonias. Além disso, uma pessoa com crises de epilepsia pode ficar "sem ar", com pouca oxigenação em condições normais, se estiver infectada como seria? Por outro lado, uma pessoa adulta que tem crises frequentes, pode sequer conseguir ter todos os cuidados de higiene e limpeza necessários para a proteção contra o coronavirus. Ela também não pode "escolher" um local higienizado para ter uma crise durante a qual tem espasmos, contraturas, desconexões ou perda da consciência, ficando sem condições de evitar colocar a mão no rosto e ou na boca, olhos... Além disso, as próprias crises de epilepsia podem resultar em acidentes diversos o que exigem que a pessoa vá às emergências, onde, sem um atendimento prioritário, irá correr muito risco de se contaminar. E ainda há a situação das pessoas que estão com a epilepsia controlada (sem crises), mas que podem voltar a ter crises devido a situações muito estressantes do isolamento e do próprio temor à pandemia. O fato das epilepsias não terem sido declaradas grupo de risco pode fazer com que muitas pessoas não consigam liberação dos seus trabalhos presenciais e nem a solidariedade e\ou auxilio para lidarem e se protegerem do coranvirus, o que pode potencializar complicações médicas e psicológicas. Infelizmente, às vezes é preciso uma fatalidade para sairmos da invisibilidade! Com a triste perda da menina Charlotte Figi, conhecida mundialmente pela epilepsia refratária tratada com sucesso com cannabis medicinal, esperamos que esse

alerta seja levado a sério! Pessoas com epilepsia e suas famílias precisam de atenção especial diante da pandemia! ... FiqueEmCasa!!💜💜💚

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