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Trajetórias de Adultos na EJA: processo educativo e mudanças bioecológicas


Apresentação do livro

Já nos dizia Paulo Freire que a educação transforma o ser humano. O ato educativo pautado pelo princípio da mudança produz afetamentos que podem representar novos modos de ser e estar no mundo, ou seja, a sua ressignificação. Nesse sentido, poderia a educação tornar os seres humanos mais humanos? É ela um agente de mudança na vida dos sujeitos e nos seus contextos, mesmo na idade adulta madura?


Partindo-se de uma perspectiva integrada e fundamentada na Educação ao Longo da Vida, encontramos elementos importantes que nos sinalizam que sim. A educação apresenta em seu cerne a ideia do inacabamento do ser humano, como bem nos dizia Freire. O ser humano, ao ter consciência da sua incompletude, educa-se, numa busca constante pelo seu aprimoramento na interseção com os seus pares.


O deixar-se educar implica deixar-se afetar, deixar-se tocar pelas experiências da trajetória educativa imbricadas com trajetórias de vida, em todos os seus contextos. Afetar-se pelas vivências deste mundo é o que nos torna mais flexíveis e abertos a transformações durante todo o decorrer da vida.


Nesse sentido, o presente estudo versa sobre as experiências educativas de quatro sujeitos adultos maduros que resolvem retomar a sua trajetória escolar após os 40 anos de idade. Haveria transformações nessas pessoas e em seus diferentes contextos a partir dessa vivência educativa? Se sim, quais? Quais são os processos de desenvolvimento humano ocorridos nessa etapa da vida?


Inquietadas e motivadas por essas questões, buscamos uma ancoragem teórica que pudesse integrar os diferentes contextos, ou níveis ecológicos, para compreender a dinâmica das relações e mudanças decorridas a partir desse percurso educativo na vida desses sujeitos e de seu entorno. A Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano mostrou-se como uma possibilidade inovadora para compreender as relações estabelecidas entre pessoa e seus contextos de desenvolvimento no processo de mudança ensejado pela retomada dos estudos. Complementarmente, Paulo Freire e Peter Jarvis compõem o diálogo com Urie Bronfenbrenner para compreender os processos educativos transformadores na idade adulta madura.


Portanto, convidamos você, leitor, a mergulhar nas discussões sobre educação, idade adulta madura e suas interfaces com o desenvolvimento e a aprendizagem humana numa perspectiva integrada, onde a intenção e a vontade de se aperfeiçoar resultam na produção de sentidos do viver cada experiência humana na intensidade que lhe é devida.


As autoras - Fernanda de Brito Kulmann Conzatti e Tárcia Rita Davoglio

Editora Appris - 2018

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