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Classificação Internacional das Crises Epilépticas - Revisada em 2017

Para o adequado tratamento da epilepsia o diagnóstico correto é imprescindível e representa uma das maiores dificuldades que profissionais e pacientes enfrentam. Estabelecer o diagnóstico específico depende fundamentalmente da definição do tipo de crise epiléptica, o que está muito além da realização de exames de neuroimagem e critérios oriundos de manuais antigos e limitados, apoiando-se especialmente no relato do paciente e familiares e na exame dos sintomas clínicos, nos quais a comunicação é o ponto essencial. A International League Against Epilepsy - ILAE (Liga Internacional contra a Epilepsia) é o principal corpo científico do mundo dedicado ao estudo da epilepsia. Neste ano de 2017, a ILAE publicou uma nova classificação operacional dos tipos de crises epilépticas, reconhecendo as enormes lacunas entre as vivências da comunidade não-médica, a realidade clínica e a produção científica no campo da Epilepsia.


Espera-se que uso de uma linguagem comum e mais precisa para a classificação das crises epiléticas facilite, especialmente, a comunicação entre os profissionais que cuidam de pessoas com epilepsia e pesquisam a epilepsia. A nova classificação fornece palavras corriqueiras para que as pessoas com epilepsia e o público em geral possam caracterizar as crises. É oferecida assim uma lista de descritores simples que podem ser utilizados para nomear os comportamentos observados ou vividos durante e após a crise epiléptica, favorecendo o detalhadamente individual para cada caso. Além disso, há um glossário de termos apresentado em ordem alfabética que favorece a unificação da linguagem, minimizando os equívocos na descrição de sinais e sintomas. Nota-se por exemplo que termos muitos complexos ou ambíguos foram substituídos por outros mais focados na linguagem pertinente às crises epilépticas; assim por exemplo, percepção é utilizada ao invés de consciência, cognitivo ao invés de psíquico.


As mudanças têm a intenção de ajudar a diagnosticar e classificar as crises epilépticas de forma mais meticulosa e fácil, tornando seus nomes mais precisos, menos confusos e mais descritivos do que eram nas classificações anteriores. Nesse sentido, há na nova classificação uma expectativa implícita de avanços na produção de novos conhecimentos que venham a contribuir para o diagnóstico mais precoce e rápido da epilepsia e para intervenções mais específicas e eficazes. Segundo os autores, a identificação mais especifica das crises já conhecidas e de novas crises ainda pouco relatadas por não se ajustarem às classificações anteriores deve facilitar o aprendizado sobre elas e sobre as síndromes as quais estão associadas.


De modo geral, a nova classificação proposta pela ILAE, baseia-se em três aspectos:

1. Onde as crises começam no cérebro


2. Nível de consciência durante as crises


3. Se acontecem movimentos durante as crises e outras reações específicas



A Liga Brasileira de Epilepsia, por meio de uma comissão de consenso, fez a tradução do manual da ILAE para a língua portuguesa, o que possibilitará seu uso de forma padronizada no Brasil, ainda que se observe que muitos termos são de difícil tradução para outra língua.


Tanto a versão original quanto a traduzida para o português apresentam um esquema simplificado e um esquema expandido da classificação 2017 das crises epilépticas que facilitam a visualização da proposta, além de guiar a organização dos sinais e sintomas que vão sendo observados e informados ao profissional. O artigo completo em português está disponível no site da Liga Brasileira de Epilepsia

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